Sobre pedidos de namoro e sobre terceirizar decisões

Eu nunca recebi uma cartinha me pedindo em namoro, na escola. A cartinha em folhas coloridas, com duas simplórias caixinhas com um "SIM" e um "NÃO" acima de cada uma delas, nunca chegou na minha mesa. Mas chegava na das minhas amigas. Uma delas, inclusive, tinha que marcar “não” em pelo menos três cartinhas até, finalmente, receber o bilhetinho do carinha que ela gostava. Quando acontecia, ela marcava um “x” com sua caneta gel favorita, dobrava com todo o cuidado do mundo e entregava a decisão ao agora-namorado com uma discrição digna de agentes secretos. Eles mal se olhavam até o pretendente confirmar a alternativa assinalada e, quando ele percebia que o “sim” havia sido marcado, mandava um sorriso e voltava a atirar bolinhas de papel nos outros colegas de sala. Mas comigo isso nunca rolou, não. Ilustra: Bodil Jane Dei meu primeiro beijo aos 13 anos. Quase 14, já que foi no dia 27/03/2005 e faço aniversário no dia 24/05 e ele só rolou porque foi roubado. Foi aqu